Gostaria de ser uma flor,
Gostaria de ser terna, meiga, delicada,
Gostaria de ser visitadas pelas abelhas, a procura
do néctar,
A polinizar, a distribuir minha candura, minha
faceirice, meu cheiro,
Meu perfume, a espalhar, a fazer crescer e ver a
vida,
O seu canto de amor, estar sempre a cantar.
Há como eu gostaria de ser leve, de poder voar,
Pintar a natureza com as mais belas e suaves cores
E deixar a vida a todos encantar.
Como é bom sonhar.
Mas não posso.
Só sei que fico numa busca continua de algo,
Uma busca Contínua e nada me satisfazem, nada me
encanta.
Busco algo que nem sei mesmo o que é.
Sinto que tenho um pesado fardo a carregar,
Sinto que nasci num lugar ou local onde tudo me é
cobrado,
Tudo é um fardo que tenho que desvendar e carregar.
A cobrança é minha, a insatisfação é minha, porque
tudo é sem razão.
Por que não sinto prazer em fazer.
Prazer em buscar, prazer em viver.
Estou dentro de um contexto nebuloso,
Com compromissos que parecem que não são meus.
Não tenho coragem nem vontade de entrar nestes
Compromissos de outrora, isto já não mais me
pertence;
Não tenho nenhum interesse em defender
Esta espécie de vida, vida sem razão.
A ambição, o poder, foram a causa de tantos
desatinos de outrora
Dos antepassados para se chegar ao apogeu de hoje.
Mas isso não me pertence não quero esta
responsabilidade sobre mim,
Não preciso e não quero este desafio.
Sinto no meu íntimo muita cobrança, que me traz
insegurança.
Preciso buscar o meu equilíbrio para viver minha
vida de forma pura.
Modesta, simples, mas acreditando poder fazer o
meu melhor.
Não para mostrar o que posso fazer,
Mas para me conscientizar o que quero fazer.
Quero ser eu, quero-me alegrar com o pouco ou muito
Que posso realizar, quero ter prazer, ver as
coisas de forma singela,
Comum, quero desenvolver minha sensibilidade,
Quero buscar a arte de viver que existe em mim.
Psicografado por Odete Gonçalves 18/01/2021
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